sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Transição estranha






Infância feliz, aproveitada.
Correr nas ruas, andar de bicicleta, subir e pular os muros das casas vizinhas.
Infância tão amada que deixou tanta saudade.
Sonho de pai.
A perfeição paterna se fez, os ensinamentos maternos se deram.
A luz da vida vista nos olhos de criança.
Banhos de chuva nas calçadas,
laços estreitos com o tudo de verdade que saia dos gestos.
Fim.
Inicio de adolescência sentida, dificuldades de expressão,
medos diante do outro, armas à postos.
Sentimentos aflorados e encobertos.
Mudança de corpo, a biologia da vida se fazia no seu mais profundo estágio em mim.
A descoberta dos desejos, e ainda existia a vontade de colo que já não havia.
Anos obscuros pintados de preto e vermelho.
Nem tudo agora tinha o tudo de verdade da infância, nem tudo era declarável.
O todo do mundo me exigia e eu na coragem da adolescente enfrentava,
enquanto também me escondia na fragilidade de criança.
E a vida mudava, movia-se.
Eu já não era mais eu, minhas verdades pareciam mudadas e firmadas.
Os sentidos já tinham um  “Q” de automáticos. 
Os olhos já viam mais do que os era mostrado,
a alma queria muito além do que lhe era permitido.
Misto de medos e insegurança,
de paixões e descobertas em minha amável e confusa adolescência.


‘Texto feito durante a aula de psicologia evolutiva II,
 nem sei por que decidi postar.’  

18/08/11

Um comentário:

  1. resta-nos saber se a infancia de nossos filhos terá tanta alegria e ousadia como a nossa, haha xD

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