domingo, 16 de outubro de 2011


Abstrair...se.


Sair de si é compreender-se
é viver-se em essência,
não apenas nos atos ou atitudes. 
Compreender o belo,
o lúdico,
os sonhos, os planos...
Sair de si é ver o cinza-dor que existe hoje,
o verde-força que há na alma.
Sair de si não nos torna fracos
nem traz motivos de vergonhas...
Sair de si muitas vezes, revela o bom
e traz os medos,
afastas os preceitos
e reluz as cores da alma.
Sair de si nos torna conhecedores
de uma alma que é só sua
e te permite viajar em espaços
que antes eram revertidos de mistérios.
Sair de si é a aventura errante que todo ser preso
sonha nas noites de claustro na verdade suja do ser humano.


16/10/11
 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Jogo de cores

 



Desbotar dos papéis em tons de idade contam ao poeta uma história cheia de cores que um dia houve.
O azul apaixonou-se pelo amarelo, 
mas o contrário não aconteceu.
O azul viveu e o amarelo descobriu.
O azul sentiu, o amarelo camuflou-se.
O azul doou o amarelo recebeu e mudou a cor do azul.
O azul quis mais do amarelo, contudo, este esquivou-se.
O amarelo não pintou seu dia de azul, 
não sentiu sequer o sabor de vida.
O azul provou do amarelo em essência. 
Ele o presenteou.
No fim... 
Do que tinha de amarelo irradiou-se a cor, 
e o azul ninguém mais vê, 
ninguém mais sabe, 
não é possível enxergar nada além do amarelo inebriado.
 
07/10/11

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O não reconhecer-se








Olhar e não reconhecer a quem está vendo.
Ver-se não quer dizer conhecer-se.
Olho e vejo o sorriso doce de menina o olho de quem é feliz,
vejo verdade...
Uma verdade que findou-se com o tempo
e que hoje em seu lugar só existem feridas e cicatrizes.
Estranheza no olhar de quem olha...
A impressão de que nunca tenha sido assim.
A dúvida da existência.
O olhar que hoje é mais denso, porque não dizer duro?
A sinceridade que já não cabe mais, os velhos ouvidos que não querem mais ouvir tão bem.
O eu que jaz em um passado que sequer frutos bons deixou,
senão,
marcas de saudade...

03/10/11