quarta-feira, 22 de junho de 2011

Memórias da casa

 Quarto de cortinas leves e claras protegem sem muito esforço teu sono de anjo. Deixo à soleira da porta um pequeno bilhete e enfeito seu dia com beijos doces e carinhosos.
Um sorriso próprio de menina envergonhada junto das palavras exatas do que está pra se tornar mulher. 
Cheiro de café, pão quente pra saciar tua fome.
Dia claro de luz contida pelas janelas fechadas.
Carinhos e amores expostos pelos seres nem tanto esquecidos
daquilo que são.
Relógio deixado por cima das estantes,
vidas fora de casa esquecidas por ambas as partes,
corpos entregues aos amores antes contidos. 
Mãos unidas, porém separadas por pensamentos e causas.
Fases de uma vida sentida a dois.
Uma vida que nunca houve na verdade,
mas de tão desejada,
vai e volta nos quartos da memória.


                                                                                     20/06/11

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Consequências




Liberdade de sorrisos, de sentimentos.
Liberdade de opiniões de contradições.
Liberdade vigiada e viciada.
Vício no cheiro e no gosto.
Vício de luta de culpa. 
Culpa recebida e assumida.
Culpa devolvida.
Devolução sentida e querida.
Querido amor.
Querido sabor.
Sabor de saudade, sabor de ausência.
Ausência vivida e sofrida.
Vida, consequências traçadas.  



                                                                                                        15/06/11

Ciclos



Quando a verdade dos meus sonhos começa a se apresentar,
torno-me alegre.
Quando a consciência da não realização deles se escancara
e bate em mim fazendo com o que eu acorde, 
torno-me realista.
Quando mesmo com a realidade da não realização
me faço esperança,
torno-me um pouco ousada.
Quando em minha pouca ousadia
consigo tirar um fio de você,
torno-me segura.
Quando minha segurança faz com que eu tome conta de mim,
torno-me viva,
transbordo sentimento.
Quando transbordo sentimento
e com isso me permito ter coragem, 
vivo até o impossível,
torno-me sonhadora.
Quando a verdade de meus sonhos começa a se apresentar...


                                                                      15/06/11

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Evangelho lindooooo!!!!!!!!


(João 17,20-26)

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo:
20“Pai santo,
eu não te rogo somente por eles,
mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra;
21para que todos sejam um como tu,
Pai, estás em mim e eu em ti,
e para que eles estejam em nós,
a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste,
para que eles sejam um,
como nós somos um:
23eu neles e tu em mim,
para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste,
como me amaste a mim.
24Pai, aqueles que me deste,
quero que estejam comigo onde eu estiver,
para que eles contemplem a minha glória,
glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo.
25Pai justo,
o mundo não te conheceu,
mas eu te conheci,
e estes também conheceram que tu me enviaste.
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome,
e o tornarei conhecido ainda mais,
para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.

                                                                                                                  09/06/11

A infância


Enquanto minhas crianças brincam,
eu consigo ver o quão doce é a infância.
O sorriso constante...
O murmurar de canções infantis (mãezinha do céu...).
O cheiro gostoso da infância...
Subir em árvores...
Andar de pés descalços...
Sujar as roupas tomando sorvete...
Pular amarelinha.
A constante falta de preocupações
e a felicidade desmotivada
traz à mim lembranças maravilhosas.
Como é bom o gosto de ser criança. 

*Título dado por minha aluna Giovanna ( 4 ano)*
                                                             08/06/11

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Linhas

Linhas escritas,
incertas,
falam de tudo.
Linhas puladas,
ocultas,
guardam segredos.
Linhas vividas,
sentidas,
descobertas.
Linhas de caderno,
linhas de pensamento,
de telefone,
comunicam o belo
e o desencorajado,
o sensível.
Linha dos passos,
dos laços,
linha da vida,
dos corpos.
Linhas,
espaços passados.


                                                                                                                            08/06/11

terça-feira, 7 de junho de 2011

Descoberta de amor.

Em meus medos piores,
me permiti a magnífica experiência
de encontro com o Deus vivo.
Encontro há tanto esperado,
a saciedade nunca encontrada
que eu buscava nos corpos tão sujos quanto o meu,
me fez ver que aquilo tudo é passageiro. 
Que amor a ser construído fora dos olhos Dele
nunca será um amor duradouro,
nunca será saciável.
O jogo de quebra-cabeças se fez na minha vida, 
completou-se o amor...
Um amor que mesmo que não eu tenha nada de bom pra oferecer
estará sempre de braços abertos pra que eu possa deitar
e me acolher em seu colo que sempre tem o tamanho certo de nossa medida,
um amor que pensava não existir,
que não me cobra
e me perdoa por meus erros de criança e de adulto,
Amor vivo...
Amor eterno...
Amor de pai...
Amor divino...
Amor de Deus...  

                                                                                                           07/06/11

Ana e o mar (O teatro mágico)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Homenagem ao mar

 
   Mar azul, lindo, salgado...
Será feito de lágrimas?
A ele confesso meus medos e segredos.
Grande amigo, tem oculto em si o silêncio amável e a ira destruidora.
Suas águas guardam vidas, tesouros antigos e meus segredos,
que estarão nele, pra sempre sepultados...
    
                                                                                          07/06/11

Espinhos





Flor com cor de preto e branco
luz ida, inconstante e vocacionada.
A tristeza saída de seus nãos e
sentidas por meus espinhos.
Minhas folhas murcharam, só chove agora.
Qual o tamanho da minha redoma?
Grande, mas não me cabe,
me sufoca por não ser um ar dividido.
Caos, ideias destruídas, desconcertadas,
apaixonadas...
Meu amor de rosa partida entregue
ao seu coração de flor consagrada.
Meus espinhos me retraem, incultam,
minha beleza, minha suavidade,
minha vida...


                                                                                                                        25/05/11                
    

Pedidos


Poemas vários, 
românticos ou não,  
traduzem em meias palavras o que trago na cabeça
e no peito entreaberto.
Vida à procura de vida, 
de rumo, ilusório,
fascinante, feio.
Luz encoberta pelo transeunte permanente. 
Peço a meu pai que ele se vá pra que eu possa esquecê-lo,
mas ele ainda está aqui 
me “atordoando” com seu jeito doce e atencioso.
Porque ele hesita em me atender? 
Desejo encontrá-lo,
vivê-lo,
torna-lo palpável.
Impossibilidade imposta, 
insensível e 
inflexível.
Desejo mudá-lo ou encobri-lo.
Desejo apenas...  

                                                        20/03/11  

O que não merece espaço...


Era luz.
Um dia foi a luz da minha noite.
Era a escuridão impenetrável de todos os dias que ainda não passaram. 
Poderia ser a alegria que eu sentia, mas não foi.
É o negro no fundo da única flor amarela do meu jardim.
Se eu resolver traduzir em uma cor, 
é aquela mistura de todas as cores 
que toma forma daquela cor que nunca existiu na minha aquarela. 
É a representação fiel do indefinido,
que intriga e desespera meus sentidos. 
É o renascimento da minha morte.
Escuridão... 
Sombra... 
Crepúsculo...
Fim de tarde... 
Noite e dia...

                                                                                                            10/10

Meu jeito...


Os meus saberes fizeram de mim a mulher que sou. 
Amiga, porque gosto de estar cercada de boas pessoas.
Filha, nem sempre a que os pais querem, mas a única do meu jeito.
Irmã, cuidadora acompanhante do crescimento do pequeno ser.
Professora, o mais belo engano da minha vida. 
Namorada, por medo de ficar só,
por gostar de compartilhar sentimentos, 
mesmo que comigo mesma.  
Insegura, por consequência do que vivi.  
Amante, por ter nascido pra amar o outro.
Cuidadora, por só saber amar assim. 
Atenciosa, por só saber amar assim. 
Detalhista, por só saber amar assim. 
Sou o que sou por só saber amar assim, 
porque só sei amar cuidando,
fazendo parte,
sendo parte,
sonhando junto.
Desejo, Amor...
                                                                 
                                           
                                 *A única vez que do amor fez-se o vocativo*                                                                                                           
                                                                                                              22/04/11       

domingo, 5 de junho de 2011

Flor


   
Flor bela, colorida e delicada.
Minha flor tem cor e desejo de céu.
Se mostra através do movimento das  pétalas 
e do som dos ventos em suas folhas.  
É magnifica em sua simplicidade 
e se faz notar apenas pelo fato de existir.
Ela, no futuro, se fará distante e realizará seu desejo,
mas deixará em mim a certeza 
de que sempre existirá um novo botão pra nascer.

                                                                *Sobre flores pra falar de uma Flor*