sábado, 7 de abril de 2012



E quando o discurso verbal parece desnecessário,
as palavras discorrem no papel carregadas de essência e de voz.
Elas gritam o silêncio que contenho no sim e no não de todo dia,
nas conformidades que só existem externamente,
nos espelhos quebrados que eu deixo no meio do caminho...
Distorcidas palavras timbradas no fundo branco do papel amassado
e largado no canto da parede da sala abandonada,
pisado e esquecido por aqueles que passam
com pés apressados e despercebidos
que os vidros e papéis que pisam são essências destruídas,
de si e de outrem,
essências deformadas,
desemedadas,
quebradas
 nos espelhos que caem. 

sexta-feira, 6 de abril de 2012



Como podemos não nos curvar diante não da realeza,
mas diante do amor que Ele nos doou?
Ele fora esfacelado, e cada flagelo uma dor, 
uma doença, um pecado.
De sangue e carne Ele é feito, 
sangue santo e carne pura.
Somos parte desse amor, frutos dele.
Mas o que O damos em retorno?
Será mesmo grande a nossa dor,
olhando agora para dor de Maria 
ao ver o rosto massacrado de Seu filho?
Será que fazemos por onde ter nossa Mãe 
silenciosa por nós?
Tantos serás, tantos porquês, 
como respondê-los?
Obedecendo e amando como Ele nos ordenou,
mas não amar pela ordem, mas amar por amor.
Quem dera tivesse sido eu digna de carregar a cruz de meu Senhor.
Quem dera fosse eu a carregá-Lo 
quando Ele já não conseguia mais andar.
Eu não posso andar nunca e Ele sempre me carrega,
Ele sempre nos carrega.
Quem dera fosse eu a carregar a cruz e o meu Amor!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Metalinguística de mim

Entre tudo que eu aprendi,
aprendi a ser intensa, metódica, detalhista.
Aprendi com meus poetas a ser em palavras escritas
o que não sei ser em palavras faladas.
Aprendi a inegável arte de descrever ,em formas e cores,
a essência do que é pra mim o amor
escondido nos parágrafos do meu texto.
Aprendi a ser, em comum acaso, eu.

                                                          04/04/12