segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


Insubstantivado



Insólida parece a noite na pedra que dei o nome de vida.
Nela eu sento e observo sozinho muitas construções que chamei de passos,
muitos escombros que eu chamei de fracassos,
muitas camas que chamei de laços.

Insólidos são também os pés que fizeram os passos,
as mãos que derrubaram os escombros,
os sins que ataram de laços.

Quantas curvas fizeram as ruas até chegar na casa...
Quantos acidentes presenciei até entender que eram todos necessários...
Quanta poeira ainda terei que tirar pra enxergar o outro lado...

Lado da vida que escolhida fez do meu nada amor.
Amor que só sabe amar de um jeito estranho e seu de ser,
que sabe ser nada no tudo de um alguém.

Vejo tudo de cima da pedra, eu participo da pedra, eu sou a pedra.
Insólida pedra, moldada sempre com um quê de cada mão,
com o quê trêmulo de cada mão
...
                   

  02/01/12

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