Não sou ninguém,
eu não sou nada,
mas sou alguém,
alguém de casa.
De carne e osso.
De sentimento, de olho vivo, de mente
ativa.
Alguém que em nada se importa de não
ser
alguém de e não ser ninguém.
Sou um espelho pra tudo.
Sou um rio raso e muito profundo,
sou uma metáfora incompleta,
um inconstante estável.
Um simples e descomplicado alguém que
pode ser tudo...
sendo nada.
Sou eu, alguém que pouco acha de tudo
que vê,
mas que tem muitas opiniões acerca de
quase tudo.
Alguém que não quer muito,
mas que pelo pouco faz o que for
preciso.
Alguém que quer, que ama,
que vive, que olha
e se solta e se aventura num texto sem
fim
que enrola pra desenrolar e muito
diz,
mas pouco fala.
Eu sou ninguém,eu sou alguém,
eu sou um tudo,eu sou um nada,
alguém que fala,se cala e ponto final.
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